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25 de mai. de 2013

Professor chama casamento gay de 'golpe de Estado' em site da UFC

Um artigo publicado na página oficial da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC) causou polêmica na instituição e provocou protestos de internautas. No texto, o professor de Hermenêutica Jurídica Glauco Barreira Magalhães Filho diz que a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo é um "golpe de Estado".

Internautas lançaram um abaixo-assinado no site Petição Pública cobrando da Faculdade de Direito que retire de sua página o texto por reproduzir a opressão. "Essa não é a primeira vez que o professor Glauco Barreira usa do espaço institucional para omitir suas opiniões particularistas. Quem permitiu isso? Por que não se fez uma chamada ampla aos estudantes, professores e servidores para que esses possam também externar suas posições?", questiona o texto de apresentação da petição.
No artigo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ‘Casamento’ homossexual e o fim da democracia, o professor compara as atuações do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF) a Hitler e Getúlio Vargas, que, segundo ele, tomaram atitudes autoritárias valendo-se da sua popularidade. "Agora, enfrentamos uma situação parecida. O STF (Joaquim Barbosa em particular) ganhou a fama de "justiceiro" ao condenar os implicados no mensalão, o que todos aplaudimos. No entanto, a continuidade disso é um golpe de Estado em andamento, pois o CNJ (presidido por Joaquim Barbosa), contrariamente à Constituição, determinou que os cartórios celebrassem casamento homossexual", escreveu.

Ele ainda faz um apelo à população brasileira para que proteste contra a decisão do CNJ. "Os cartórios devem se manifestar contra tal decisão, devem recusar cumpri-la. As igrejas e os cidadãos devem protestar e resistir. Não chamo isso de 'desobediência civil', pois o ato não é contra a lei e a Constituição, mas, sim, a favor da lei, da Constituição e da democracia. Chamo isso de resistência ao autoritarismo e ao golpe de Estado". Ele ainda finaliza dizendo que a família está sendo destruída. Veja a íntegra do artigo na página da faculdade.

Universidade diz que artigo reflete posição pessoal do professor
Em nota, a Coordenadoria de Comunicação da UFC disse que o artigo não interpreta o pensamento da instituição e que os autores dos textos opinativos têm responsabilidade por aquilo que publicam sob sua autoria. A UFC diz ainda que as páginas das faculdades e departamentos são livremente administradas pelas unidades, que definem os critérios para a publicação dos conteúdos.

"Cabe igualmente destacar que a política editorial desta universidade privilegia o respeito à diversidade de orientação sexual, étnica, cultural, ideológica e religiosa, além de reconhecer demais princípios constitucionais de nosso País", completa a nota.

Já a Faculdade de Direito garantiu que não vai tirar o artigo do ar. "(A faculdade) não admite qualquer forma de intolerância religiosa, racial ou sexual, mas esclarece que não exercerá qualquer tipo de censura, pelo que será assegurado à sua comunidade acadêmica a livre manifestação de pensamento, vedado o anonimato, ainda que a opinião expressada não reflita o sentimento do diretor ou a posição institucional da faculdade", diz a nota, assinada pelo diretor Cândido Bittencourt de Albuquerque.      TERRA 

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