Operação Fura-fila do Ministério Público prendeu vereador de Parnamirim, na Grande Natal. — Foto: MP/Divulgação
Um vereador de Parnamirim, na Grande Natal, foi preso na manhã desta terça-feira (20) e um deputado estadual foi alvo de um mandado de busca e apreensão em casa, após a deflagração da Operação "Fura-fila", do Ministério Público do Rio Grande do Norte, que apura supostas fraudes no Sistema Único de Saúde. Cinco secretários ou ex-secretários municipais de saúde e assistência social foram afastados dos cargos ou proibidos de serem contratados pelo poder público pelos próximos seis meses.
Segundo a corporação, o vereador Diogo Rodrigues da Silva (PSD) é suspeito de encabeçar um suposto esquema de fraudes no sistema de marcação de consultas e exames do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. A companheira do vereador e o sócio de uma empresa responsável pelo sistema também foram presos.
O MP ainda confirmou que o deputado Manoel Cunha Neto, conhecido por Souza, é investigado pela prática de peculato eletrônico, falsidade ideológica e corrupção passiva. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência dele.
"O Tribunal de Justiça do RN afastou o foro por prerrogativa de função do deputado porque os crimes investigados em nada têm a ver com as atribuições parlamentares de Souza, conforme previsto na Constituição do Estado do Rio Grande do Norte e no Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado", afirmou o MP.
De acordo com as investigações do MPRN, o deputado é suspeito de manter contato direto com o vereador de Parnamirim Diogo Rodrigues, para que fossem inseridos nomes de interessados no Sistema do SUS.
Ainda de acordo com o MP, uma conversa por aplicativo de mensagens no dia 18 de fevereiro de 2020, Diogo teria demonstrado a Souza preocupação e o pedido uma "possível blindagem" contra a investigação do MPRN: “O caldo vai engrossar e vou precisar de gás”, escreveu.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado Souza afirmou que foi surpreendido pela operação e colocou à disposição para contribuir com a investigação, bem como pediu aos seus advogados para se inteirarem sobre a ação.
"Meu gabinete parlamentar está em muita sintonia com as pessoas mais carentes, inclusive do interior do estado. E sempre a gente é procurado para saber informação, quando dá certo o exame, quando vai dar certo uma cirurgia, e nós procuramos saber se falta algum documento, qual o prazo que ele será atendido, só a título de dar um retorno à população. Acho que não só eu, mas todos os políticos são procurados por alguém. Não sei porque o nosso nome está envolvido nessa operação, mas espero que no tempo certo sejam esclarecidos todos os fatos", afirmou.
Já o advogado do vereador Diogo Rodrigues, Cristiano Barros, afirmou que ainda não teve acesso aos autos e que a defesa só deverá se manifestar quando tiver as informações.
"Mas posso antecipar que Diogo Rodrigues afastou-se completamente de qualquer função pública ligada à regulação de Parnamirim no inicio de 2020 e assim, desde então, não tinha mais qualquer ingerência sobre o setor", afirmou.
Diogo Rodrigue é 2º vice-presidente da Câmara Municipal de Parnamirim - terceiro maior município do Rio Grande do Norte. Em nota, a Câmara Municipal afirmou que acompanha com atenção e espírito colaborativo, a operação.
"Esta Casa Legislativa está a disposição dos órgãos de investigação para contribuir com as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos. Ressalte-se que esta Câmara não é alvo de nenhuma investigação", informou.
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