Eu não te conheço, mas talvez consiga descobrir se você é mais fã de Guns N Roses ou de Marvin Gaye – não vou precisar de nenhuma foto sua; só de uma cópia do seu exame de sangue mais recente. Um novo estudo das universidades de Nagazaki (Japão) e de Trento (Itália) está apontando que o nível de testosterona do seu corpo está intimamente ligado à sua seleção de favoritos do Spotify.
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Coisa rápida, a composição durava apenas 15 segundos. Após a reprodução, uma mensagem aparecia na tela e o voluntário tinha que afirmar o quanto ele havia gostado da música, selecionando um dos 19 níveis de satisfação que iam de “Gostei muito” à “Não gostei nem um pouco”. Cada participante repetiu esse processo 25 vezes.
Os resultados apontaram que, quanto maior o nível de testosterona do participante, maiores as chances dele curtir músicas que tendiam para o rock N roll, e, ao mesmo tempo, não serem tão fãs assim de música clássica e jazz.
A conclusão, porém, só vale para os homens. Entre as voluntárias não foi possível estabelecer nenhum tipo de conexão entre hormônios e partituras. E os pesquisadores arriscam uma resposta do porque. “Nós não controlamos o ciclo menstrual das participantes”, escrevem os responsáveis pelo experimento, na conclusão do estudo. Como durante o mês o corpo da mulher tem diferentes picos de testosterona, o não monitoramento desse fator pode ter impactos diretos em um estudo como esse. “Isso pode ter servido para mascarar as associações entre os níveis de testosterona e o gosto musical”, completam.
A explicação do gosto masculino, no entanto, pode ter relação com os efeitos comportamentais da testosterona. Diversos estudos já fizeram relação do hormônio com atitudes rebeldes e desrespeito à autoridade. Como o rock é associado à transgressão, os cientistas acreditam que os voluntários fazem essa ligação inconscientemente, preferindo o estilo musical.
Os pesquisadores porém admitem que como o estudo foi feito com um número pequeno de participantes – todos japoneses de educação similar – havia uma homogeneidade cultural no passado dos voluntários. Na prática não dá pra saber como o testosterona se relacionaria com um brasileiro ouvindo funk, por exemplo. Não dá nem mesmo para cravar que um carioca ouvindo a mesma música que os participantes japoneses reagiria da mesma forma, mesmo se os níveis de testosterona de ambos fossem idênticos.
“A influência da testosterona na nossa personalidade e gosto musical deveria ser testada e validada em outros diversos ambientes sociais e culturais”, dizem os pesquisadores. Fica a dica para o pesquisador que quiser replicar a ideia durante o nosso carnaval. Até lá, som na caixa.
Fonte: Exame
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