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11 de set. de 2016

Gilson Miranda, o ‘Pablo Escobar’ do RN, ainda sem paradeiro


Um dos principais traficantes do Rio Grande do Norte permanece foragido da Justiça após a Operação Medellín, realizada no início da semana. É a segunda vez que Gilson Miranda Silva escapa de uma ação montada para pegá-lo. Ele é apontado pelo Ministério Público como uma das ligações do Brasil com o tráfico internacional de entorpecentes e responsável por distribuir cocaína, êxtase e outras drogas sintéticas em todo o estado. 

Guardadas as devidas proporções, ele pode ser considerado o “Pablo Escobar” da operação que tenta desmantelar grupos que atuam de forma interligada para dominar o esquema ilegal do comércio de entorpecentes no Rio Grande do Norte, com ramificações em outros estados do Nordeste. 
A Operação Medellín cumpriu 14 mandados de prisão preventiva contra acusados de integrar uma quadrilha de tráfico de drogas e ter comandado há cerca de um mês os ataques a ônibus e imóveis públicos e particulares em represália à instalação de bloqueadores de celular no sistema prisional. Parte deles foi detida, parte já estava presa e outros permanecem foragidos. O patrimônio deste grupo foi estimado em R$ 20 milhões.

A petição do MP que embasou a Operação Medellín explicita a relação de Gilson Miranda com o tráfico internacional, com traficantes de outros estados do Brasil, bem como a sua ligação com criminosos vinculados a facções que atuam no RN.

Durante os cumprimentos de mandados de prisão da operação, Gilson não foi encontrado pelos promotores e policiais. Na petição, o Ministério Público indica que ele possui relações com alguns dos maiores traficantes do país, incluindo nesta lista José Silvan de Melo, conhecido por Abençoado.

Para se ter uma ideia da grandiosidade do esquema, José Silvan foi preso no ano passado no Mato Grosso com R$ 3,2 milhões em espécie, escondidos dentro de uma caminhonete. Abençoado tem 41 anos de idade e é investigado pela polícia de Pernambuco por tráfico internacional de drogas. 

A polícia relatou que, no momento de sua prisão, no ano passado, ele tentou subornar os policiais e o delegado, chegando a oferecer a quantia de R$ 500 mil para a sua liberação. O estado de Mato Grosso faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai, e integra a rota de entrada ilegal de entorpecentes no Brasil.

Gilson Miranda, ainda de acordo com a petição elaborada pelo MP, chegou a alugar um apartamento em Natal, em Ponta Negra, a pedido de Abençoado. Os depoimentos colhidos pelo Ministério Público e pela polícia dão conta de que o imóvel era usado para guardar dinheiro proveniente de atividade ilícita. Depoentes afirmaram terem visto montantes dentro de uma geladeira e também de uma caixa de aparelho televisor. Totalizavam mais de R$ 1 milhão.

Não é de hoje que a polícia e o MP estão no encalço de Gilson Miranda. Ele, inclusive, conseguiu escapar de uma outra operação, esta realizada em julho de 2015, na cidade de Santa Cruz. A Operação Anjos Caídos foi realizada pela Polícia Civil e cumpriu mandados na região do Trairi potiguar com o objetivo de coibir crimes de tráfico, assalto e homicídio.

De acordo com as oitivas que constam na petição, a advogada Ana Paula da Silva Nelson e o policial civil Iriano Serafim Feitosa, marido dela, obtiveram informações privilegiadas sobre a ação em 2015 e avisaram a Gilson, dando-o guarida e garantindo seu transporte para Recife, onde ele, os filhos e a mulher, Glenda Yonara de Paiva Torres, que também está foragida, ficaram hospedados em um flat.

Ana Paula Nelson foi uma das pessoas presas durante a Operação Medellín no início da semana. Iriano Serafim foi morto a tiros em março, quando trafegava de carro pelo conjunto Cidade Satélite.

A polícia segue na procura de Gilson Miranda, e não foi divulgada à imprensa que se tenha pista acerca de seu paradeiro. A atuação dele não se restringe à proximidade com o tráfico internacional, tendo registro também nas investigações de contato com traficantes locais.

A reportagem procurou o MP para que os promotores comentassem o caso, entretanto o órgão informou que, como o material apreendido na ação segue em análise, por enquanto não haveria pronunciamento para além do que está na petição.

Vinculação com João Mago

Há ainda vinculação do esquema de Gilson Miranda com o de João Maria Santos de Oliveira, o João Mago. Este foi preso também em agosto, na série de operações que combateram as ações de vandalismo praticadas no Rio Grande do Norte por causa dos bloqueadores de telefonia móvel.

Antes disso, ele estava foragido desde dezembro do ano passado, quando usou de um alvará de soltura falso para sair da Penitenciária Estadual de Parnamirim, onde cumpria pena por latrocínio, roubo majorado e formação de quadrilha.

Na última prisão, João Mago foi detido em casa, no mesmo condomínio em que parte da quadrilha ligada a Gilson morava, o Parque Morumbi, em Parnamirim. Na ocasião ele portava R$ 300 mil em dinheiro, além de droga e diversos aparelhos celulares.

A petição do Ministério Público indica uma estreita relação entre o homem de confiança de Gilson Miranda, François Miltterand, e João Mago. Além de vizinhos, o MP diz que frequentemente um ia à residência do outro, e por algumas vezes os dois realizavam “saídas suspeitas” durante a noite.

Os autos mostram que a relação vem de mais tempo, quando o órgão ministerial revela que François comprou um carro que pertencia à companheira de João Mago ainda em abril de 2014. João é investigado por participar de um esquema de transporte de droga do Paraguai para o Rio Grande do Norte.

Em ligações grampeadas pelo MP, ele chega a afirmar que trafica para os estados da Paraíba e de Pernambuco. O MP apurou que ele usava a conta bancária da sogra para receber dinheiro das atividades ilícitas.

Nas conversas, João Mago fala sobre a facção da qual faz parte. Ele não cita o nome, no entanto afirma que é rival do Primeiro Comando da Capital (PCC). A organização criminosa que se opõe ao PCC no RN é o Sindicato do Crime.

João Mago reclama na interceptação de estar sobrecarregado de responsabilidades, por ser um dos líderes e fundadores da dita facção, e boa parte das demais lideranças estar detida em presídios federais.

No celular de João Mago, os investigadores conseguiram a informação de que ele tinha a intenção de atirar ou explodir os bloqueadores de celular da PEP. Os equipamentos sofreram um ataque, inclusive, três dias após a prisão de João.

Depois da prisão, houve a mudança de um nome de um grupo do WhatsApp do qual ele participava para “Desconhecido”, e vários participantes deixaram o grupo. De acordo com as apurações, todos os demais presos na Operação Medellín são parentes os amigos dos líderes dos núcleos investigados, que eram usados para a lavagem do dinheiro obtido através do crime.

A rede do tráfico

O documento disponibilizado pelo MP mostra ainda o contato de um comparsa de Gilson Miranda com traficantes locais, sugerindo um possível intermédio para a aquisição de entorpecentes. François Miltterand Nunes da Silva, que também foi preso na Operação Medellín, é apontado nas investigações como o homem de confiança com Gilson Miranda.

É ele que estabelece vínculo entre os três núcleos revelados no inquérito: o chefiado por Gilson Miranda, o comandado por João Maria, João Mago, e o que tem como líder Islânia Lima. Em um áudio de WhatsApp interceptado durante a apuração, François Miltterand é identificado como a pessoa que “entrega os eletrônicos, de cocaína”. 

A relação de droga com aparelhos de utensílio doméstico ou eletrônicos aparece mais de uma vez na petição. A primeira é quando se relata que Gilson Miranda usava uma geladeira e também uma caixa de TV para esconder o dinheiro que vinha do tráfico. 

Em ligações de Islânia Lima para pessoas envolvidas com o esquema ilegal de venda de entorpecentes, é sugerido que uma quantidade de drogas que ela receberia de um traficante do estado de Goiás viesse para o RN dentro de geladeiras.

Islânia de Abreu Lima está presa desde agosto, quando a polícia descobriu o seu envolvimento com os ataques ocorridos em Natal por conta da colocação dos bloqueadores de telefonia móvel que foram instalados na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).

Ela é companheira de Diego Silva Alves do Nascimento, o Diego Branco, criminoso tido como um dos mais perigosos do estado. Ele atualmente cumpre pena na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Roraima. De acordo com os autos, inclusive, Islânia possuía um telefone com DDD do estado do Norte.

A petição informa que a mulher é responsável por articular o tráfico com a alta cúpula do da facção Sindicato do Crime do RN, integrada por presos em unidades prisionais do Rio Grande do Norte.
Do http://novojornal.jor.br

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